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A Ética Cristã e a Ecologia

Fatos como o ocorrido em um rio da região metropolitana de Porto Alegre, quando apareceram toneladas de peixes mortos nos causam indignação e preocupação. Será que o ser humano um dia vai acordar para o problema da poluição e destruição dos recursos naturais?
Será que a realidade com a qual nos deparamos hoje no que tange ao assunto da preservação da natureza vai perdurar?
Nos últimos anos tem surgido aqui e acolá, pessoas e grupos tentando conscientizar a população sobre os perigos da não preservação da natureza.
Ecologia, uma palavra surgida da junção de 2 termos gregos, “oikos” = casa e “logia” = estudo, tornou-se um termo popular, e mesmo o homem simples poderá ter ao menos uma noção do que ela signifique mesmo que não conheça sua etimologia.
Aproveitando a palavra Ecologia poderíamos dizer que o ser humano deveria preocupar-se mais do que nunca com a situação de sua “casa” que é o planeta Terra. E diante deste quadro seria oportuno perguntar: O que a ética cristã tem a dizer sobre tudo isto? Qual seria a contribuição da religião cristã para o tema?
Para termos uma resposta satisfatória temos que recorrer ao que diz a Bíblia sobre o assunto.Quando lemos Gênesis 1, o relato da criação observamos que em pelo menos 6 vezes depois de criar , Deus diz: “E eis que tudo era muito bom”! Estes e outros textos nos informam que a noção que é defendida na Bíblia é de “que nosso planeta foi criado por Deus e que é bom. Isto contraria frontalmente a idéia defendida por alguns filósofos gregos que falavam que a matéria é má e que o espírito é bom. Eles não podiam entender como Deus que é espírito podia criar a matéria. Nós cristãos não pregamos uma ética dualista. Acreditamos que Deus criou este planeta para vivermos e usufruirmos dele (Gênesis 1:27 a 31). E o fato de sabermos que este mundo foi criado por Deus para nosso próprio benefício deveria criar em nós um respeito pelas coisas e criaturas.
Não com sentimento de panteísmo, isto é, dizer que Deus é a própria natureza. Mas acreditar que a natureza é fruto das mãos de Deus, e por conseguinte algo bom, e que devemos preservá-la. O ser humano esqueceu-se disso, e passou a depredar e destruir aquilo que deveria ser para o benefício da humanidade.
Alguns inconscientemente acham que ao poluírem o ar, derrubarem as árvores, inviabilizarem os mananciais não estão cometendo nenhum pecado. Segundo eles pecado é alguma coisa que cometemos contra pessoas e não contra coisas. Baseiam-se no personalismo hierárquico que diz que pessoas valem mais do que coisas. Contudo em se tratando do meio ambiente as coisas tem finalidade de fazer bem às pessoas. E, se raciocinarmos direito vemos que na base da poluição há o egoísmo. Quem polui quer tudo só para sí, e não pensa que o que usou pode ser reutilizado por alguém no futuro.
Nesta lógica chegaremos à conclusão que uma pessoa que está poluindo vem a ser transgressor dos mandamentos de Deus, especialmente aqueles dois que dizem: “Não cobiçarás”; porque está desejando algo que também pertence ao seu próximo, e “Não furtarás”; porque está furtando o direito de seu irmão viver bem consigo mesmo e com a natureza.
E sem dúvida, quando estragamos os recursos naturais estamos atingindo pessoas também, e isto é pecado do ponto de vista bíblico.
Assim sendo, o cristão tem o dever de cuidar da natureza e fazer a sua parte “em um mundo que envelhece piorando”. Cada pessoa pode e deve fazer alguma coisa, mesmo que ela seja considerada pequena. Pois um grande erro é não fazer nada”, quando se pode fazer pelo menos um pouco. E, como disse William Blake: “Tudo o que o mal precisa para triunfar é que homens bons não façam nada.”

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