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A autoridade das Escrituras

  Uma das principais necessidades humanas é a segurança. As pessoas possuem o desejo de controlar o futuro.
Como cristãos cremos na Segunda Vinda de Cristo, ocasião na qual Deus interromperá os negócios humanos e instalará uma nova ordem de coisas.
Neste contexto é importante pensar que sem a Bíblia como alicerce não temos um conhecimento seguro a respeito do futuro.
Em nosso tempo muitas pessoas questionam a autoridade das Escrituras. Muito provavelmente este desafio à autoridade da Bíblia tem suas origens no próprio desafio que a sociedade moderna tem feito à qualquer tipo de autoridade.
A grande pergunta é: quais são as fontes (ou a fonte) da autoridade religiosa?
São dadas muitas sugestões: uma força mística interior (típica das várias crenças orientais); concepções humanas(muitas vezes precedidas da análise racional); uma combinação das Escrituras com a tradição da igreja (igreja católica); experiência humana que se diz sob a direção do Espírito Santo (os grupos carismáticos); e uma combinação de todos estes.
Porém, para o verdadeiro cristão qual é a fonte da autoridade na qual ele busca orientação? É o que veremos a seguir:

I. A autoridade da Bíblia

  1. Muitas pessoas consideram a Bíblia como qualquer outra literatura. Para eles a Bíblia não passa de um ajuntamento de peças de folclore hebraico ou cristão.
  2. Porém, a Bíblia é especial porque não tem origem humana. Embora os homens tenham participado de sua elaboração.
  3. Existem várias teorias sobre a inspiração das Escrituras.
  1. Existe a teoria liberal de inspiração que não crê que a Bíblia apresente uma verdade objetiva. Para o filósofo alemão Schleiermacher, o importante não é identificar uma verdade objetiva, mas buscar um autêntico conhecimento de Jesus. O perigo é que neste caso o que vale é o que eu penso sobre determinado assunto, não o que Deus disse.
  2. Outra teoria é a inspiração da chamada teologia do encontro que propõe a Bíblia em dois níveis. No inferior está o texto como o encontramos, possível de erro, em linguagem humana. No superior, quando se examina a Bíblia de maneira crítica, achamos que o texto foi apenas o registro do encontro do humano com Deus. Neste caso quando Moisés falou ao povo de Israel não foi aquilo que Deus lhe disse. Mas, Moisés apenas transmitiu a Israel o resultado da sua experiência com Deus. Assim como no item anterior (liberal) a Bíblia não é a direta palavra de Deus, mas apenas contém a palavra de Deus. O perigo desta teoria é que o leitor pode querer achar que na Bíblia temos partes inspiradas e partes não inspiradas.
  3. Os evangélicos conservadores também tem sua teoria conhecida como plenário verbal. Também conhecida como inerrantista ela pretende dizer que a Bíblia foi trazida numa espécie de ditado, minimizando a participação humana.
  4. O que pensam os adventistas sobre tudo isto? Os adventistas crêem que toda a Bíblia é inspirada. Basta ler II Timóteo 3:15 a 17 para se crer nisto: “e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tronar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.”
Os adventistas crêem também que a Bíblia foi escrita por homens. E estes homens escreveram o que Deus lhes revelou, todavia em palavras humanas.
“Os escritos da Bíblia tiveram de exprimir suas idéias em linguagem humana.” Mensagens Escolhidas – Vol. I p. 16
As palavras humanas embora limitadas passaram a ser a palavra objetiva de Deus para nós os seus filhos. Foi esta união entre o divino e o humano na inspiração das Escrituras que apresentou o apóstolo Pedro em II Pedro 1:19 a 21 quando disse: “Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração, sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens(santos) falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.”

II. Conhecendo a Deus por sua auto-revelação

  1. Um dos textos freqüentemente citados é Deuteronômio 29:29 “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.”
  2. Este texto apresenta um Deus que se revela. Embora à primeira vista ele pareça enfatizar as coisas não reveladas. Ele quer dizer que as reveladas são suficientes para nossa salvação.
  3. Assim como a única maneira de conhecermos uma pessoa é quando ele se revela da mesma maneira só conhecemos a Deus quando Ele se revela.
  4. Isaías 44:9 a 19 descreve a tendência humana de se criar um deus de acordo com o mundo natural, mas este procedimento tem se tornado infrutífero.
“Os talentos humanos e a humana conjectura têm procurado por meio da pesquisa achar a Deus. Muitos tem trilhado este caminho. O mais elevado intelecto pode esforçar-se até gastar-se, em conjecturas a respeito de Deus, mas o empenho será infrutífero, e permanecerá o fato de que o homem não pode, por meio de pesquisa, achar a Deus. Não nos foi dado resolver este problema. Tudo o que o homem precisa conhecer, e pode saber de Deus, foi revelado na vida e no caráter de Seu Filho, o Grande Mestre. Ao aprendermos mais e mais daquilo que é o homem, do que nós mesmos somos, aos olhos de Deus, temeremos e tremeremos diante dEle.” – Ellen G. White, Medicina e Salvação, pág. 95
  1. Qual é a diferença entre o cristianismo e outras religiões? A resposta é simples: a revelação de Deus através de Jesus Cristo e na Bíblia.

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