Nota: O texto a seguir faz parte do livreto: "Argumentos contra a guarda do sábado: Uma breve análise"
Argumentam alguns que o
Novo Testamento não obriga guardar o sábado. Segundo eles não há mandamento sobre o sábado
no Novo Testamento. O sábado era só para o Antigo Testamento.Seria isto verdade?
Para começo de conversa
temos que definir as coisas. Será que o Velho Testamento não é normativo para
os cristãos? O assunto rende muito, mas, é difícil ignorar tudo o que foi
escrito antes de Cristo em matéria religiosa. A verdade é que o Novo Testamento
não invalida o Velho Testamento. Algumas razões nos conduzem a esta conclusão:
1) Os
escritores do Novo Testamento viam o Velho Testamento como autoritativo em
matéria de fé e prática. Para eles as Escrituras do Velho Testamento eram “os
oráculos de Deus” e a “viva e eficaz” palavra de Deus (Romanos 3:2 e Hebreus
4:12). De acordo com o apóstolo Pedro ela é a semente que caindo no coração
humano gera uma nova vida. Ele também diz que a palavra de Deus permanece
eternamente (I Pedro 1:23 a 25). Em nenhum momento os escritores afirmam que o
que antes de Cristo foi escrito perdeu o valor para os cristãos.
Paulo referindo-se ao
Velho Testamento disse: “Pois tudo quanto, outrora,
foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e
pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança”. Romanos 15:4.
2) Para o
escritores do Novo Testamento (NT) o mesmo Espirito Santo inspirou toda a
Bíblia (Velho e Novo).
“Porque
nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens
[santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”. II Pedro 1:21.
3) Existe
uma unidade entre o Velho Testamento (VT) e a palavra dos apóstolos. Os
apóstolos não viam o testemunho deles como um novo evangelho ou uma nova
religião diferente daquela pregada pelo Velho Testamento. Eles uniam seus
ensinos com os dos profetas. Os cristãos foram admoestados para que se
recordassem “das palavras que, anteriormente, foram ditas pelos santos profetas, bem como do mandamento do
Senhor e Salvador, ensinado pelos vossos apóstolos.”
II Pedro 3:2. Os dois testamentos são como uma mesma peça só que em dois atos.
4) Os
escritores do Novo Testamento (NT) reconheceram a validade histórica dos fatos
do Velho Testamento. Adão e Eva, Criação, Pecado, Dilúvio, Milagres do Velho
Testamento nunca foram questionados nem por Cristo e nem pelos seus seguidores.
5) As
verdades morais e espirituais do Velho Testamento tem valor permanente para os
escritores do Novo Testamento.
Basta ler o
que escreveu Paulo para compreender isto: “Pois tudo quanto, outrora, foi
escrito para o nosso ensino foi escrito...” Romanos 15:4
Em resumo
as Escrituras Sagradas são constituídas em uma unidade indivisível. Negar o
Velho Testamento é invalidar a própria historicidade de Jesus Cristo cuja vinda
a este mundo foi largamente profetizada pelos escritores do Antigo Testamento.
Ninguém pode rejeitar que “toda a Escritura é inspirada por Deus...” II Timóteo
3:16. Toda a Escritura- não apenas uma parte dela- é inspirada por Deus. Isso
certamente inclui todo o Antigo Testamento.
Mas
voltando ao assunto do sábado o que se pode dizer é que este dia foi observado
por Jesus e pelos apóstolos.
A evidência
do NT revela que Cristo e seus apóstolos honraram o sábado com regularidade,
frequentando “santas convocações”. Além disto, não há no Novo Testamento
nenhuma evidencia de qualquer outro dia de adoração sendo honrado a não ser o
sábado. Também não houve a tal controvérsia sábado-domingo. Sempre que ocorria
uma mudança de prática religiosa havia uma extensiva controvérsia sobre ela. Um
exemplo disto é a circuncisão que deixou de ser obrigatória e gerou uma longa
discussão em mais de um livro do Novo Testamento. Isto não ocorreu na questão
do dia de repouso. Este fato é uma forte
evidência da continuidade da guarda do sábado entre os primeiros cristãos. Não
há mandamento explicito para guardar, mas não há mandamento para não guardar o
sábado. Aliás, há um grande número de textos e fatos apontando para a prática
sabática de Jesus e dos apóstolos (Ver Lucas 4:16; Lucas 23:54 a 56, Mateus
24:20; Atos 13:14,42-44;Atos 16:12 e 13; I Corintios 18: 4 a 11).
Ainda mais:
Uma boa pergunta para fazer àqueles que teimam em dizer que o Velho Testamento
foi abolido e com ele a validade do sábado:
“Se o VT foi abolido porque ainda se devolve o dizimo? A doutrina do
dizimo está no VT. O NT apenas menciona o dizimo sem fazer disto uma imposição.
Será que o fato de não haver um mandamento obrigando a devolução do dizimo em o
NT significa que ele não tem mais valor?
A situação
é outra: Para os escritores do Novo Testamento não havia a necessidade de
tratar destes assuntos, pois para seu público estas eram questões resolvidas. O
problema deles não era se o sábado era ou não o dia de guarda. Toda a discussão
se prende em que tipo de sábado se deveria guardar. O dos judeus que impunham
preceitos não escriturísticos em cima do mandamento claro e o tornaram um peso
para as pessoas? Ou o sábado de Jesus onde era permitido fazer o bem e adorar a
Deus na beleza de sua santidade? Você já deve ter lido ou ouvido sobre as mais
de 600 regrinhas que os judeus impuseram sobre o que não fazer no sábado. Tudo
isto tornava o sábado um fardo e não foi isto que Deus pediu.
Um exemplo
da ênfase de Cristo vem de Mateus 24:20 quando
prevendo a destruição de Jerusalém anos mais tarde depois de sua
ressurreição, o Mestre instruiu para que
os cristãos orassem para que a fuga não ocorresse nem no inverno nem no sábado.
Alguns querem argumentar que a lembrança do sábado neste verso refere-se a uma
preocupação de Jesus com a famosa “jornada de um sábado” dos judeus. Ela dizia
que só se podia andar certo número de metros durante as horas sabáticas. Mas
isto é eliminado quando descobrimos que a própria tradição rabínica liberava uma
caminhada maior no caso de uma fuga no sábado. Então o que Cristo está fazendo
é preocupar-se com a santidade do sábado bíblico (não judaico do seu tempo) e a
necessidade de descanso neste dia.
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